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Foto do escritorIzabel Vianna Villela, PhD, DABT

Segurança de Alimentos: é natural, mas ainda sim pode ser perigoso.

Atualizado: 29 de nov. de 2022

É muito comum as pessoas acreditarem que por um produto ser natural, ele é seguro. Mas não podemos esquecer da máxima da toxicologia: “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Um exemplo disso é bastante evidente: a Cúrcuma.

A Cúrcuma, também conhecida como açafrão da terra, açafrão da índia ou gengibre-dourado, é utilizada tradicionalmente na medicina indiana, sendo também utilizada em produtos de perfumaria e têxteis.

Vários possíveis efeitos benéficos são associados a Cúrcuma: ação antioxidante, anti-inflamatória, antibacteriana, antidiarreica, antiescorbútica, antiespasmódica, antifúngica, antiparasitária, antitumoral, antiviral, diurética, hepatoprotetora, neuroprotetora; redutora dos níveis de colesterol, e sedativa. São ainda sugeridos efeitos neuroprotetores no tratamento de Parkinson e Alzheimer. Cabe salientar que poucos estudos com robustez científica são encontrados defendendo essas ações.


Todas estas propriedades têm tornado a Cúrcuma cada vez mais popular, sendo utilizada na forma de chás, shots matinais e suplementos para tratamento de efeitos da menopausa, asma, diabetes, doenças inflamatórias crônicas como rinite e artrite, entre outros.


No entanto, a utilização de suplementos à base de Cúrcuma tem sido relacionada recentemente a danos no fígado, causando coloração amarelada na pele. Em maio de 2021, mais de uma dúzia de casos foram relatados nos Estados Unidos. Em outubro de 2022, durante a reunião do American College of Gastroenterology mais cinco casos foram relatados. Entre os sintomas estão náusea, vômito, pele e olhos amarelados. Estes sintomas foram observados mesmo em pessoas sem problemas de saúde, após ingestão da dose recomentada de suplemento por um período de três meses. Os sintomas desapareceram após a suspensão do uso do suplemento e retornaram quando retomada a ingestão.


No Brasil, novos alimentos ou novos ingredientes alimentares ou substâncias que não possuem histórico de uso no Brasil ou que já sejam consumidos, mas que venham a ser utilizados em quantidades muito superiores às atualmente encontradas nos alimentos utilizados na dieta regular, precisam atender aos requisitos das resoluções ANVISA RDC n° 16/1999 e ANVISA RDC n° 17/1999 e normas complementares. Dentre as informações necessárias, destaca-se a comprovação da segurança, a qual tem como objetivo a proteção da saúde da população e redução de possíveis riscos associados ao consumo do produto.


A avaliação da segurança envolve uma análise de risco completa, a qual deve compor o Relatório Técnico Científico (RTC) de Avaliação de Segurança de acordo com o Guia da ANVISA n° 23/2019. A análise de risco deve seguir critérios científicos e compreende quatro etapas sucessivas: identificação e caracterização do perigo, avaliação da exposição e a caracterização do risco.


Em especial, o Relatório Técnico Científico de Avaliação de Segurança deve apresentar claramente o racional científico utilizado em cada etapa e é fundamental que seja elaborado por profissionais comprovadamente experientes e competentes em análise de risco de produtos.


Caso queira saber mais sobre o assunto, entre em contato com nossos canais de atendimento. Traga sua demanda que nós temos a solução.


Agradecemos a sua audiência!

Até Breve.


Izabel Villela, PhD

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